sexta-feira, abril 07, 2006

Ciclo Maldito


Bem ontem pela terceira vez fui ao Ciclo Malditos que acontece toda a quinta feira na Biblioteca Mario de Andrade o prédio da Biblioteca tem um ar meio nazista ... (rs) mas o lugar é bem legal...
Estou aprendendo muitas coisas, e é claro que fico bioando em alguns temas mas nossa to adorando..e aprendendo muito ..
Ontem conheci Arthur , ele é uma graça, um ser pensante como poucos e muito inteligente , acho que sou apaixonada por pessoas assim acho que tenho necessidade do saber então quando encontro alguém que sabe mais do que eu , em um assunto que"ainda" não domino fico encantada
Na palestra anterior fiquei sabendo muita coisa de Willian Blake e ontem tinha dois s autores malditos para estudar..um deles era Charles Baudelaire .
Fiquei fascinada por Baudelaire vou dizer quem foi ele pelos olhos de Satre...
Satre diz que ...."O principal argumento é que para Baudelaire , nada nessa terra pode contentar suas aspirações. A insatisfação perpetua toma forma de regras severas, que purgam as imperfeições naturais, e o tornam mais exigente face ao ideal. Sua estética assemelha-se ao grito mais digno do revoltado contra a divindade indiferente, para o qual só a contemplação da beleza perfeita poderia **mitigar o spleen do tempo miúdo do exílio terreno , que exacerba a consciência da escravidão .Conservando muito do titanismo romântico em suas imagens magnificentes de mar e céu, o sentimento difuso de perda o conduz a violenta melancolia e a desejar , mais do nunca , alcançar a graça do êxtase , ainda que culpado e condenado ao cotidiano mesquinho. "

** Mitigar – acalmar, amansar, suavizar .
Spleen- rancor, ressentimento, angustia, depressão, melancolia , mau-humor


Vou deixar aqui no meu blog um de seus poemas onde ele fala da revolta

Abel e Caim

Raça de Abel, só bebe e come,
Deus te sorri tão complacente.
Raça de Caim, sempre some
No lodo miseravelmente.
Raça de Abel, teu sacrifício
Doce é ao nariz do Serafim!
Raça de Caim, teu suplício
Será que jamais terá fim?
Raça de Abel, tuas sementes
E teu gado produzirão;
Raça de Caim, sempre sentes
Uivar-te a fome como um cão.
Raça de Abel, não tremas nunca
À lareira patriarcal;
Raça de Caim, na espelunca,
Treme de frio, atroz chacal!
Raça de Abel, pulula! Ama!
Teu oiro é sempre gerador.
Raça de Caim, alma em flama,
Cuidado com o teu amor.
Raça de Abel multiplicada
Como a legião dos percevejos!
Raça de Caim, pela estrada
Arrasta a família aos arquejos.
II
Raça de Abel apodrecida
Há de adubar o solo ardente!
Raça de Caim, tua lida
Nunca te será suficiente;
Raça de Abel, eis teu labéu:
Do ferro o chuço é vencedor!
Raça de Caim, sobe ao céu
E arremessa à terra o Senhor!

Aqui deixo também um link para quem, ficou interessando em saber mais sobre os poemas de Charles Baudelaire

http://www.astro.iag.usp.br/~abilio/cumbuca/cbindex.html

E isso ai .....

Beijos

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