quinta-feira, agosto 10, 2006
O Milagre da Poesia
O Milagre da Poesia
Sou poeta,
E como poeta posso ser engenheiro
E como engenheiro
Posso construir pontes com versos
Para que pessoas possam passar sobre rios,
Ou apenas servir de abrigo aos indigentes.
Sou poeta,
E como poeta posso ser médico
E como médicoPosso fazer transplantes de coração
Para que pessoas amem novamente,
Ou simplesmente receitar poemas
Para tristezas com alergias
E alegrias sem satisfação.
Sou poeta,
E como poeta posso ser operário
E como operário
Posso acordar antes do sol e dar corda no dia,
E quando a noite chegar, serena e calma,
Descansar a ferramenta do corpo
No consolo da família, auto peças de minha alma.
Sou poeta,
E como poeta posso ser um assassino
E como assassino posso esfaquear os tiranos
Com o aço das minhas palavras
E disparar versos de grosso calibre na cabeça da multidão
Sem me preocupar com padre, juiz ou prisão.
Sou poeta,
E como poeta posso ser Jesus
E como Jesus Posso descrucificar-me,
E sem os pregos nas mãos e os fanáticos nos pés
Andar livremente sobre terra e mar
Recitando poesia em vez de sermão.
Onde não tiver milagres
Ensinar o pão
Onde faltar a palavra
Repartir a ação.
Sergio Vaz*
*Criador da Cooperifa (cooperativa cultural da periferia), movimento cultural de São Paulo. Autor do projeto Poesia contra a violência, realizado em escolas públicas.
SARAU DA COOPERIFA
Quando : Toda quarta-feira
Horário : 20h30
Local: Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 - Chác. Santana
Bem é isso ai ....
Ouvindo .: Saudade - Cordel do Fogo Encantado
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